O Boitatá

Crônicas e observações sobre o cotidiano.

9.8.04

O Grito

Um olhar distante e perdido
é o pão dos pobres quando me fita,
o cheiro forte de radema
e o silêncio a me incomodar.

O seu sorriso sopra a paz
e minha alma volta a se acomodar,
doce ilusão entender você,
e o silêncio permanece.

Seu toque quase não dissolve minha angústia
e, antes que se forme o grito,
sua boca me interrompe

a respiração alterada é o sinal,
o corpo diz o que quero:
o beijo venceu o silêncio.