O homem ou a natureza?
Houve um tempo em que eu me considerava um ativista ecológico consciente, hoje, trabalhando com pessoas das classes C e D, modifiquei meu foco de atividade social, as mazelas humanas, definitivamente, são mais importantes que as da natureza. Até ontem, acreditava estar o cuidado com a natureza em um passo seguinte à melhoria de vida da população que vive à margem do que chamamos sociedade de consumo.
A alguns anos, sofri ao ver as imagens de pessoas no Congo destruindo uma montanha onde viviam os últimos espécimes de gorilas in natura. A angustia era maior por saber que aquelas pessoas estavam na sua última tentativa de moradia, depois de terem sido expulsas de suas terras por uma guerra civil que assolava seu país. O curioso é que a tal montanha foi tema de um filme premiadíssimo e ficou conhecida no mundo todo, por isso sua destruição virou manchete mundial. O limite entre ativismo ecológico e humanismo se estreitou: salva-se o homem ou a natureza?
Ontem esbarrei em uma notícia que me deixou estarrecido, a hidropirataria. Navios petroleiros de nacionalidade desconhecida estão vindo até a foz do Amazonas e enchendo seus tanques com água do rio.
Peço que vejam esses dados: 97,5% da água do mundo é salgada; 2,5% é de água doce.
Da água doce existente: 69% está em geleiras; 30% no subterrâneo; 0,7% na umidade do solo, como em pântanos; 0,3% em rios e lagoas. Quer dizer, somente 1% está à nossa disposição.
Somos, definitivamente, um dos países mais ricos do mundo. O cuidado com nossos recursos naturais, definitivamente, é o caminho para a solução dos problemas sociais.
Não deixem de dar uma olhada no link da hidropirataria.